A Filosofia política africana
Génese dos nacionalismos
A filosofia política africana está estritamente ligada ao pan-africanismo. O pan-africanismo além de lutar pelo reconhecimento dos negros pelo mundo, traçou principalmente com Du Bois. A filosofia política africana concentra o seu esforço na criação de um futuro sócio económico e político para a África. Dai as principais figuras da Filosofia africana seria Nkrumah e Senghor. Nkrumah defendia a independência imediata dos Estados africanos enquanto Senghor acreditava que a independência gradual dos Estados seria ideal.
Destacamos nesta corrente, os outros filósofos políticos como Julius Nyerere, Aimé Cesaire, Albert Lithuli entre outros. Na sua teoria política, embora com algumas ligeiras diferenças na forma, quase todos eles convergem no socialismo como o melhor regime político para os Estados Africanos, talvez pela influência do consciencismo de Nkrumah.
O consciencismo constitui uma autêntica defesa do materialismo, pois alguns africanos achavam-no incompatível com a espiritualidade africana. Por outro lado, Nkrumah pretendia mostrar que o conteúdo essencial do socialismo, igualitarismo era conforme às tradições socioculturais africanas.
Esta orientação para o socialismo tem duas razões fundamentais: primeiro, para Julius Nyerere o socialismo está enraizado no passado comunal da tradição africana e, portanto, o socialismo africano moderno pode lograr da sua herança tradicional o reconhecimento da sociedade como uma extensão da unidade familiar. Segundo, o socialismo encontra nas tradições uma concepção da riqueza como algo ao serviço da comunidade, mais do que em proveito do indivíduo. A sociedade tradicional africana identifica-se mais com o socialismo do que com o capitalismo porque este aspira à posse da riqueza pessoal para o domínio e exploração dos outros.