ESSÊNCIA E EXISTÊNCIA
Essência é aquilo que faz com que uma coisa seja aquilo que realmente é, distinguindo-se das outras restantes coisas ou seja, é o quê de uma coisa. A essência é algo sem o qual aquilo não pode ser o que é; é o que dá identidade a um ser, sem a qual aquele ser não pode ser reconhecido como sendo ele mesmo. A Existência é a atualização da essência, é a realidade, a substância em acto. O conceito de essência é equivalente a substancia segunda e a existência substancia primeira.
Por exemplo, pensar num caderno não é o mesmo que ver um caderno. O caderno como pensamento não passa de uma essência, já o caderno onde escrevo é algo existente. Existir significa sair, mostrar-se, revelar-se e o que sai mostra-se somente aquilo que possui uma determinada essência. Isso influenciou o surgimento de duas correntes filosóficas modernas: o essencialismo e o existencialismo.
O essencialismo defende a primazia da essência pela existência enquanto que o existencialismo tem como característica a valorização do individuo como algo irredutível (o que existe é o individuo na sua singularidade, uno e irrepetível, assim o homem primeiramente existe e só depois se torna isto ou aquilo ou seja a existência precede a essência segundo Jeans-Paul Sartre) e a valorização da liberdade do homem enquanto ser situado no universo. O exercício da liberdade enquanto manifestação do ser, não deve ser limitado pela natureza humana, por isso Sartre afirma: o homem está condenado a ser livre. Estes dois conceitos se complementam para a constituição do ser, de tal forma que é inconcebível um ser sem essência ou um ser sem existência.