(Im)possibilidade do conhecimento


 As questões que aqui se colocam são: pode o sujeito apreender o objecto? Pode atingir a verdade, a essência das coisas, ou está condenado às suas múltiplas aparência?

Dogmatismo é uma doutrina que admite a possibilidade da mente humana conhecer com plena certeza as coisas; é uma atitude de todo aquele que crê que o Homem tem meios para atingir a verdade absoluta.

A palavra dogmatismo provém da outra dogma (verdade indiscutível, defendida muitas vezes por religiões). Assim podemos falar de espécies de dogmatismo: o espontâneo e o crítico.

a) Dogmatismo espontâneo – é uma atitude humana e psicológica de quem deposita plena confiança nos dados dos sentidos; atitude de quem julga conhecer as coisas como elas são, a partir do momento em o espírito as cogita (pensa). O Homem conhece os objectos tal qual são e que entre o conhecimento e a realidade há um perfeito acordo.

b) Dogmatismo crítico – conhecido também como moderado surge com Sócrates utilizando a dúvida que corresponde a um momento necessário e prévio no processo do conhecimento verdadeiro vai chegar a conclusão de que é possível conhecer determinadas realidades. Este dogmatismo coloca o conhecimento intelectual acima do sensível, uma vez que este apenas nos da a conhecer as manifestações da realidade, que também mudam com o passar do tempo.

Cepticismo – é uma doutrina que considera a mente humana incapaz de atingir qualquer que seja o conhecimento ou a certeza com certeza absoluta. Esta corrente tem suas raízes nos sofistas que concluíram de forma pessimista, que a verdade absoluta era inacessível.

Pírron, um dos expoentes do cepticismo afirma categoricamente que não devem confiar nos sentidos nem na razão, mas duvidar de tudo e de nada, inclusive da própria dúvida.

Fundamentos do cepticismo:

a) Os erros dos sentidos – os sentidos estão constantemente sujeitos a ilusões e alucinações, factores que deformam as impressões captadas dos objectos, sendo assim fonte de erros.

b) Relatividade do conhecimento sensorial – as afirmações sensoriais sobre o mesmo objecto diferem de indivíduo para individuo, e por vezes, no mesmo indivíduo podem variar de acordo com as circunstâncias em que elas são percebidas: o que para uns é quente para outros é frio e vice-versa.

c) A impossibilidade de demonstração – para um céptico nunca se chegará a uma asserção que seja devidamente demonstrada, visto que cada coisa pode ter infinidades de relações umas com as outras.


Referência: BIRIATE, Manuel, Filosofia 11ª classe, 1ªed., editora Longman, Maputo

CHAMBISSE, Ernesto, Filosofia 11ª classe, 2ªed., Texto editores, Maputo

Palme Pedro

Bem-vindo(a) ao blog do Professor Palme Pedro, um profissional com mais de 10 anos de experiência no ensino secundário e apaixonado por Filosofia.

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